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Artrose e síndrome metabólica: o sexto elemento?

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A síndrome metabólica é condição cuja caracterização central é a resistência insulínica, e se apresentam com obesidade abdominal, hipertensão, diabetes, redução do HDL-colesterol (“colesterol bom”) e aumento do triglicérides. 

A percepção de que pacientes com síndrome metabólica apresentam maior chance de artrose não é recente. Por muito tempo se atribuiu a um maior peso corporal, sobrecarregando as articulações. No entanto, articulações que não suportam carga, como as mãos, também se mostraram mais frequentemente afetadas em pacientes portadores de síndrome metabólica. 

Dessa forma, novos caminhos ligaram a artrose à síndrome metabólica, de modo que, atualmente, muitos autores a consideram seu sexto elemento. 

Os mecanismos de associação entre a doença articular e a síndrome metabólica puderam ser demonstrados em estudos  em animais e também em humanos (veja aqui), como sendo: 

 

 

Os pacientes portadores de síndrome metabólica apresentam aumento de tecido gorduroso entre as vísceras, a chamada gordura abdominal. Esse tecido é metabolicamente muito ativo, produzindo uma concentração aumentada de substâncias de inflamação de nome citocinas (TNF-alfa, Il-6) e adipocinas. O resultado é um estado de inflamação corporal generalizado, conhecida na literatura médica como inflamação sistêmica. 

Embora de baixo grau, ou seja, capaz de elevar exame de inflamação no sangue apenas discretamente (proteína C reativa por técnica ultrassensível), é suficiente para provocar inúmeros distúrbios em diferentes tecidos, incluindo a articulação.

As citocinas e adipocinas interferem no metabolismo das células da cartilagem (condrócito), levando a um estado de catabolismo, com degradação da matriz cartilaginosa (o gel da cartilagem), além de provocarem distúrbios inflamatórios no osso e membrana sinovial (o revestimento da articulação). 

Por outro lado, cada um dos componentes da síndrome metabólica pode influenciar de forma direta os diferentes tecidos da articulação, no sentido de facilitar o surgimento de degradação articular e resultar em artrose. Veja, abaixo, individualmente:

 

 

Grandes avanços na compreensão desse campo metabólico-inflamatório proporcionaram definir subtipo de pacientes portadores de artrose chamado “fenótipo metabólico“, que se refere àqueles cuja doença articular é facilitada por serem portadores da síndrome metabólica. 

Apesar disso, alguns pontos ainda não estão completamente definidos. Não há consenso se a síndrome metabólica aumentaria o risco e a expressão de sintomas da artrose de qualquer tipo de articulação.

De maneira geral, vários estudos epidemiológicos conseguem demonstrar a ligação entre artrose de mãos ou joelhos e síndrome metabólica. No entanto, o aumento do peso corporal, próprio de pacientes com síndrome metabólica, parece ter grande impacto em fortalecer essa relação para a artrose de joelhos. 

 

 

 

 

Dr Leandro Tavares Finotti 

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